Você piscou, e a conversa sobre silício da Apple mudou de M3 para M4. Estranho? Talvez. Mas, segundo fontes confiáveis, a transição já tem data marcada — ou quase isso. Vamos, portanto, destrinchar o que sabemos, o que ainda é suposição e, sobretudo, por que esse assunto importa tanto (inclusive para o seu bolso).
Rumores confirmados: Bloomberg e Reuters apontam para 2025
Em abril de 2024, uma reportagem da Bloomberg — repercutida pela Reuters — revelou que a Apple “está perto” de iniciar a produção do M4, um processador desenhado para tarefas de IA e destinado a atualizar toda a família Mac entre o fim de 2024 e o primeiro semestre de 2025
A matéria menciona iMac, MacBook Air, Mac mini, Mac Studio e até Mac Pro entrando na dança. A promessa? Potência bruta, mas, acima de tudo, aceleração on-device para modelos de IA, algo que virou requisito em plena corrida por PCs “inteligentes”.
Arquitetura: por dentro do silício de próxima geração
Embora a Apple não detalhe clocks nem número exato de núcleos, executivos já insinuam avanços relevantes:
- Processo de 3 nm de segunda geração da TSMC, com transistores mais densos e eficientes.
- CPU de 10 núcleos — especula-se que quatro sejam de alta performance e seis de alta eficiência.
- GPU até 10 núcleos com ray tracing por hardware.
- Neural Engine redesenhado, capaz de triplicar o throughput de IA em relação ao M1, segundo a própria Apple ao lançar o MacBook Air em março de 2025
Em outras palavras, o salto mira não só vídeo 8 K e jogos AAA, mas também recursos de Apple Intelligence como resumos locais, geração de imagens e edição de fotos em tempo real — tudo sem mandar dados sensíveis para a nuvem.
Cronograma: quando cada Mac deve receber o M4
Período estimado | Modelo | Situação atual |
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Março / 2025 | MacBook Air (13″ & 15″) | já lançado, preços a partir de US$ 999 |
Abril–maio / 2025 | iMac 24″ e Mac mini redesenhado | produção em ramp-up, segundo Bloomberg |
Junho / 2025 (WWDC) | Mac Pro com M4 Ultra + possíveis Mac Studio | citado em prévia da Laptop Mag |
2º semestre / 2025 | MacBook Pro 14″/16″ de entrada e topo | aguardando janela de lançamento segundo Reuters |
Claro, datas em tecnologia podem escorregar — e a própria Apple adora “lançar quando estiver pronto”. Mesmo assim, o fato de o MacBook Air já ter chegado serve como termômetro: a engrenagem de 2025 está a pleno vapor.
AI no centro: por que o M4 nasce com esse foco?
Depois do ChatGPT virar febre, qualquer chip que se preze precisa acelerar LLMs localmente. Por isso, a meta do M4 é permitir que recursos como Image Playground, Genmoji e Live Translate funcionem sem latência, mesmo offline. Assim, o usuário:
- Ganha privacidade (dados não deixam o aparelho).
- Economiza bateria (menos tráfego de rede).
- Vê respostas praticamente imediatas.
Além disso, a Apple quer diferenciar o Mac numa era em que Qualcomm Snapdragon X e Intel Lunar Lake prometem PCs “AI first”. Se o M4 entregar desempenho comparável — e mantiver a autonomia lendária dos Apple Silicon — o ecossistema macOS pode continuar tranquilo no topo.
Impacto no mercado e na sua decisão de compra
Para quem tem Mac Intel ou M1
Se o seu workflow inclui edição de vídeo, modelagem 3D ou dev de IA, esperar alguns meses pode render salto de desempenho de até 23× frente ao último MacBook Air Intel, segundo números oficiais. Além disso, o suporte de software tende a se estender até 2032.
Para donos de M2/M3
A troca depende menos de força bruta e mais de recursos de IA. Se Apple Intelligence virar peça-chave no trabalho, o upgrade faz sentido. Caso contrário, o M3 ainda aguenta anos — e vale ficar de olho em promoções.
Para novos compradores Windows
Sim, máquinas com Snapdragon X prometem coisas parecidas, mas o macOS Sequoia e o ecossistema Apple continuam atraentes para criadores e desenvolvedores iOS. Aqui pesa preferência pessoal (e carteira).
Questões em aberto: preço, disponibilidade e acessórios
Apesar do MacBook Air ter chegado US$ 100 mais barato, a história pode não se repetir em toda a linha. Modelos Pro, por exemplo, devem manter valores premium. Além disso:
- Kits de desenvolvimento para IA local ainda são escassos; devs terão de aguardar APIs maduras.
- Memória unificada começa em 16 GB, mas rumores apontam variantes de 32 GB e 48 GB, o que deve encarecer a configuração.
- E o “chip coringa”? Há quem especule um M4 Max capaz de equipar simultaneamente Mac Studio e MacBook Pro, simplificando a lineup — porém, a Apple não confirma nada.
Enquanto especialistas debatem, varejistas já se preparam: estoques de Macs M3 vêm diminuindo, sinal clássico de transição de geração bgr.com.
Vale a pena esperar?
Sim, se…
- Você roda cargas pesadas de IA local ou precisa de updates de macOS por pelo menos sete anos.
- Promoções de final de ano não forem suficientes para tornar o M3 irresistível.
Não, se…
- Seus fluxos de trabalho diários já rodam folgadamente no M2/M3.
- Você depende de acessórios ou plug-ins que podem demorar para ganhar suporte otimizado ao novo chip.
Em última análise, a escolha exige ponderar custo, tempo de uso previsto e urgência. Hesitar é normal, afinal, ninguém quer gastar (muito) hoje e se arrepender amanhã.
Conclusão: 2025 pode ser o ano dos Macs “inteligentes”
Entre rumores sólidos, comunicados oficiais e uma boa dose de especulação, o cenário aponta para um 2025 dominado pelo M4. Se a Apple conseguir entregar:
- ganhos tangíveis de IA on-device,
- eficiência energética superior
- e, quem sabe, preços competitivos nos modelos de entrada,
então veremos uma corrida ainda mais acirrada com PCs Windows focados em IA. Até lá, vale acompanhar cada vazamento — e, claro, controlar o impulso consumista.